mardi 18 novembre 2014



Ela ainda temia em acreditar na possibilidade de ficar por la. Nao saberia explicar o que de sombra ainda se encontra em sua mente. Mas os passos largos e rápidos, as maos bem seguras entre as dele e a língua que insiste em tocar sua nuca, mudaram o rumo da historia.

Ficar um dia a mais, uma semana, um mês, uma vida.
Sair do Norte e cair de abraços ao Sul dessa cidade luz?
Que luz?
So mesmo a luz dele que conseguiu brilhar dentro dela.
So o beijo suave fez dela o ser real.
As asas nao foram cortadas mas sim limpas.
O oleo que cobria de manchas negras as suas penas alvas ja nao se encontra mais la.
O piche se foi.

dimanche 26 octobre 2014

Em mim



Ainda que distante

tenho em mim teu cheiro
teu gosto entre minhas pernas
teu prazer escorrendo entre minhas coxas.
Teu beijo, teu gozo
teu corpo em mim
liquido
suave
de sabor quase adocicado
tenho tua vida, uma vida que nos pertence
que grita pra voltar
tenho as vontades satisfeitas
e com isso
peito e pernas abertas
sem algemas
sem pecados
e menos do que isso
sem mascara
Poder ser o que sempre se quis
livre
e de coração atado
abrir os jornais e ver teu nome em letras garrafais
abrir o armario e respirar o teu cheiro nas minhas camisas
disso que tanto fugi
e ao mesmo tempo
disso que tanto precisei
ouvir tua voz ja cedo ao telefone
me chamando de querida
e me desejando bom dia
tao simples
mas tao difícil de se encontrar
e quando ja nao se tem mais esperanças de que alguém realmente bom
venha bater a tua porta
o vento sopra diferente
a musica preferida toca no radio
 o telefone nao toca
mas o coração é tocado.
os beijos irradiam estrelas
e o boca queima e arde teu nome
rico
luminoso
e claro
Luz que acende em minhas entranhas
língua que ultrapassa os limites do imaginado
seio na boca
seiva nas curvas
sinto-te
e mesmo que os trilhos nos liguem e nos separem
tenho te em mim
tens em mim, gravado em teu ombro,
o nome que um dia te dei.
Meu nome no teu
e teu peito no meu

lundi 20 octobre 2014



O que foi que ele fez comigo,
pra me deixar assim extasiada
sem palavras
em suspiros
em versos desfeitos por beijos roubados
o que ele conseguiu fazer
em simples e singulares gestos
em olhos cor do mar que brilham tanto
ao ponto de envergonhar estrelas
o que disse ele de tao especial
pra fazer minhas pernas tremerem
e meu peito em pleno descompasso gritar seu nome
o que fez esse homem de mim
pra me convencer sem palavras
de que é deste lado do oceano que quero ficar
ficar onde ele esta
ficar
pra ele e por ele
o que fez esse coração tao doce
que açucarando minha lingua
deixou escorrer beijos e fez do meu corpo morada
o que dizer deste ser que de tao suave e sincero
nao me deixa medos e consegue com toda sua luz
apanhar os pontos + obscuros que ainda restavam no meu coração
o que faz deste o homem que com certeza nao hesito um instante apenas em dizer:
é o homem da minha vida
o cara bom
o bom moço
o valor dos atos das atitudes
das crenças e dos desejos
o homem que fez de mim
ex criança
uma mulher de verdade
que completou meu corpo vazio
que conseguiu restaurar as migalhas que ainda insistiam em residir em mim
o que este homem tem que nao se pode encontrar em nenhum outro dos tantos que passaram pelo meu caminho?
quem é ele?
o que é ele?
por que ele?
porque eu sei e nao preciso de palavras pra provar isso
que este sim é o homem
a mao
a luz
 a estrada certa a seguir.
quero estar do seu lado por toda essa vida que ainda nos resta
e para as próximas também.

jeudi 25 septembre 2014

O Leao Covarde



O leao covarde passa com sua juba espessa ao vento.
Finge nao ver e disfarça
surdo ao meu triste lamento.
O leao covarde nao ve a beleza que vai além do sol amarelo.
Fica a sorrir pro espelho
e ofusca o que existe de belo.
O leao covarde dissimula compaixão
lidera a manada perdida.
Mostra os dentes pros ratos
mas fecha os olhos pra vida.
O leao covarde sorri pra fotografia
ajeitando a juba descabelada.
Olha pro proprio reflexo e sorri
Nem percebe que nao vale nada.
O leao covarde nao baixa o queixo pontudo.
Nao ri pros súditos submissos
guarda sua vaidade acesa
e pra verdade fica omisso.
O leao covarde salta e ataca a presa assustada.
Segura a jugular apertada.
Mas depois de capturada a vitima
com a mesma nao faz nada.
O leao covarde resta em silencio,
com um urro surdo ao passado.
Nao percebe tudo que fez com meu coração
e nem o quanto tem me maltratado.

23-8-14

mardi 19 août 2014

eu vejo a torre no final da rua e ela nao me diz nada…



E mesmo insistindo e questionando o profundo de minha alma
o eco do teu silencio doentio me sufoca.
Tento em vao fugir dos teus pensamentos
dos riachos tormentosos que tem cruzado o meu caminho
da lama espessa que insiste em grudar nos meus sapatos
do beijo acido que me deste no canto da boca.
Nada cura
nada sara essa ferida ainda aberta.
Aperto o  botao do elevador e desço pro fundo do poço.
Nao saio de la enquanto nao encontrar a resposta.
Essas palavras que tua boca covardemente nao disse
esse riso irônico que insiste em me chamar e nada dizer.
Eu sei
Hoje finalmente sei
que teu recado era falso
que teu chamado era pro numero errado
que teu sorriso nao dizia a verdade
que meu pecado foi acreditar
que pela milésima vez minha intuição nao se enganaria.
Mas enganei-me
deixei teu queixo anguloso e teu profundo olhar perdido
perder me em tua cama quente
Transpirei todas as gotas do meu desejo em ti
achando que assim poderia finalmente te-lo
mas ter o que nao se vê de verdade
o que nao se toca se nao através de uma tela plasmada em minha mente
o que realmente nao existe além do virtual desejo
de um ser etereo
imaterial que criei em meus sonhos
e que encontrei nos meus piores momentos.
Volta pra dentro do corpo que te trouxe
deixa que eu mergulhe nos meus delírios
e que quando deles sair
esteja pronta pra continuar
sem que essas lagrimas se transformem em poças
sem que teu cheio atrapalhe meu faro
sem que o teu gosto vire acido e dilacere ainda mais meu coração
volta pro teu umbigo
pro teu espelho
pro teu retrato na parede da sala
volta pra tua imagem de narciso riso
arrisco ainda dizer
volta pra tua imaturidade
de homem velho em mente infantil
chega de dor em mim que da tua carne nao fez parte.

dimanche 10 août 2014

Febre Alta

Meu corpo em febre
Enquanto espirito gelado
peca em silencio.
A droga que cura é a mesma que mata
o desejo ardido num peito desfeito
descalço meus últimos sonhos
e piso no chao molhado
sao fontes d'água salgada que descem dos olhos
sao pequenos suspiros de dor que desatam teus nos
Eramos algo aereo e etereo
eternos seriamos
caso teu desejo de guardar a solidão como pedra preciosa
nao tivesse te arrancado dos meus braços.
As maos sao frias e vazias
os olhos de pranto ressecados
vagando em suspiros que insistem em jorrar de meus pulmões.
Vida ironica essa nossa
agora finalmente perto
nos encontramos mais do que nunca tao distantes
separados por erros do passado que nem nossos foram
experiencias que nos marcaram
mas que jamais ousamos compartilhar.
Sangra um ser dolorido
que insiste em guardar dentro de si um vago fogo
noite esperança
manha desperta vazia
boca amarga
passos passados
despidos de ti
despeço de mim.

mardi 5 août 2014

O Sol transforma

Meu peito
em paralelo a esse dia iluminado
verte ainda as ultimas dores
destila o veneno que recebeu do teu dardo
larga as amarras frouxas das tuas pernas.
Meu ser inóspito
leva em si o gosto amargo
o beijo ressecado da tua boca
o frio da tua cama e do teu corpo.
O ritmo
desacelerado coração
parte aos pedaços em lagrimas cubicas
em vidas desfeitas
em laços cortados
em miolo de pão sobre o colo do vestido.
Eu sabia que nao bastava sorrir
que o sol queima mesmo que pareça consolar
que o riso facil nem sempre é sinonimo de gratidao.
Eu vi, a distancia em teus olhos
o vazio  em teu peito
o gelo das tuas maos e palavras.
Senti em mim so a carne
nao a vida
nao a troca
nao cumplicidade.
Sempre soube mas nao quis aceitar
que as portas as vezes se abrem pela metade
e os olhares desencontram os termos
as filhas nao pertencem aos pais
e as maes nao seguram mais seus filhos.
Eu sei que te agradar foi um erro
e que erros assim ainda se repetem mesmo quando as rugas já estão a mostra.
Ainda que eu saia quase ilesa dessa historia
a cicatriz ficara, suave, superficial
como teus gestos aparentemente favoráveis
tuas sutis gentilezas
que nao queriam dizer nada
além de uma caridade
vindo de criatura tao crente em poder, ser, estar acima de tudo
de sentimentos, de desejos, de sonhos de vontades e esperanças.
Teu umbigo reina
mas que reine bem so
bem longe de quem te quis e te respeitou.
Rei Sol, rei so,
se apague em tuas cobertas e mantos gelados
Reine em tua vaidade vazia
Em tua pretensa superioridade.
Deixe que eu siga convicta
que em nada fizeste por merecer meu amor.

samedi 2 août 2014

Como dilacerar um coração em 3 lições



Tudo parece tao simples
e simples poderia permanecer caso nao se fizessem jogos e artimanhas para complicar as coisas.
Tudo eram sorrisos e olhos brilhantes
Eram corações descompassados e respiração ofegando.
Um frio na barriga que insistia em nao ir embora a cada silaba pronunciada na tua boca.
Eram estrelinhas que implicavam em brilhar por dentro do meu corpo.
Cócegas nas minhas pálpebras que pestanejavam a simples presença do teu olhar.
Mais voila!
Paixão finge ser poder mas é desconforto.
Te faz sentir forte mas no fundo te enfraquece.
Mostra a cara a tapa
e apanha muito.
Paixão dilacera o peito
e antes, que parecendo ser lentamente, vem fulminante.
Paixão arranca as redeas do teu proprio destino
e te escraviza num rastejar de pedidos desconexos
aos pés do ser idolatrado.
Cretino sentimento esse
falso, enganador.
E o pior de tudo é que quando chega,
te pega desprevenido
e nao se tem tempo de fugir dele.
Te amarra ao pé da cama
e te obsidia.
Mas sim: paixao é droga
e pode ser letal.
Vicia, embriaga, cega e mata
mata as células do teu corpo que repentinamente sofrem choques de felicidade.
Sentido mal!
Cai nessas amarras, me embaracei nessa rede, morri toda por dentro.
E nao sei se ponho a culpa no outro
porque no fundo bem sei que a responsável pelo desatino fui eu.
E por 3 dias e 3 noites
chorarei a tua perda
perderei mais cabelos que o normal
ganharei olheiras
perderei peso
escutarei todas as musicas que uma dor de paixão pedir como trilha sonora
rasgarei todas as cartas e bilhetes
apagarei tuas fotos da minha memoria
e tuas digitais da minha pele;
transformarei meus sonhos de alegria em mofo e bolor.
No fundo das gavetas guardarei tuas lembranças enroladas em naftalinas.
Cansei de brincar
cansei de jogar.

Joguei la no fundo do cesto de roupas sujas, a toalha do teu ultimo banho
e abrindo a janela do quarto, 3 dias depois, libertei meu coração de ti.


mardi 29 juillet 2014



Sim, ela disse.
Ela aceitou o desafio e depois de baixar as persianas, cobrir os moveis e trancar as portas, se foi.
Nao sem antes olhar pra trás e agradecer com um sorriso de gratidao e alivio.
Nao que a assustasse muito visto já ter feito inúmeras vezes o mesmo percurso.
Ainda assim aquele no' no estômago veio.
Mas nada que uma respiração profunda durante 30 segundos nao pudesse resolver.
Entao ela se foi.
Malas, bagagens, sacolas, maletas e sonhos (rasos dessa vez mas eram sonhos).
Excesso de peso? Nenhum.
Consciência tranquila, coração desperto e leve.
Um gostinho bom deixado na pele depois dos últimos dias de sol e risos.
Tudo tao simples assim.
Bem do jeito que ela pediu.
Assim como ela queria que fosse: suave.
E o medo ficou no check in do aeroporto.
E os bolsos repletos de ansiedades, mas todas elas eram também passageiras,
Embarcaram junto.
Rumo ao oceano de desejos que insistia em faze-la tremer a cada novo pensamento.
A cada imagem que surgia em sua mente
Aqueles olhos verdes que ela ainda nao vira
Aquele sorriso um tanto ironico
mas enigmático que ela teria o desafio de desvendar.
Ela foi tranquila, no fundo foi.
Mas com a certeza de que se nao fizesse por assim merecer, os planos seriam breves.
Breves o bastante pra retornar num piscar de olhos.
Serena e sem o sereno da noite em seus ombros, ela chegou.
Sorriu pro calor abafado e pro céu cinza.
Mais uma vez agradeceu muito.
Nem tanto pelo avião nao ter explodido nos ares mas pelo simples fato de estar de volta.
De volta nova, de olhos sem filtros, de boca sem beijos e sem saliva alheia.
Voltou sem saber se volta ou se fica. Apenas voltou.
Voltou seu destino pro outro lado do mar.
Pro segredo que ainda insiste em residir no seu peito.
Pra que pressa pra se descobrir de novo, e de novo?


samedi 19 juillet 2014



Essa luz que ao mesmo tempo cega e encanta
atravessando a janela do quarto
e cobrindo meus ombros pintados
Essa cor que alaranjada escorrega e vai descendo até a barriga
Esse calor que mesmo no inverno torna os dias curtos em longas esperas
Essa fome que atiça o peito despido de pretensões.
Esse ser que insiste em ficar escondido, ainda que ao meu lado
Essa passada larga de pés descalços de risos soltos
e vultos que insisto em nao enxergar.
Volto meus olhos pro tempo
Volto meus labios pro céu
Volto meu rosto pra bem perto das tuas narinas
com a esperança discreta de sentir teus lábios se aproximarem dos meus.
E ainda assim, mesmo que em sonho,
pouso meus braços em volta do teu pescoço e finjo abraçar a noite enquanto o sol insiste em queimar a pontinha do meu queixo.
Espaço, tempo, distancia, efemera vida
Sutil pensamento que cruza as portas das casas
Atravessa vidraças e ruas estreitas
Vistas aéreas e subaquáticas
e ainda mesmo agora
quando fecho os olhos
posso sentir o coração jorrando o gosto de beijo que ainda nao dei.
Quem sera que me espera la do outro lado?

lundi 14 juillet 2014

Paisagem e Libertaçao



Esses dias li uma frase em algum lugar que dizia algo do tipo: nao pergunte ao passado pois ele nao tem  nada de novo pra te contar.
Verdade seja dita: nao tem.
E rever velhas fotos e reencontrar antigas caras que desbotaram com o tempo, ja nao me acrescenta nada.
O dia em que consegui destrancar a porta e deixei sair um a um cada fantasma que ainda insistia em dormir comigo, foi a gloria.
Foi ver finalmente as paisagens que se escondiam por tras de um filtro cinza.
Foi respirar sem a ajuda de um balão de oxigênio.
Foi sentir o vento despoluido em meu rosto.
Libertar-me de toneladas que insistiam ainda em habitar meus ombros.
Sorrir pro céu e nao precisar abrir meus olhos pra olhar pra quem.
Foi reparar que aquele pássaro posado no fio de  luz em frente a minha janela, nao era realmente solitário so pelo fato de nao estar em par.
Foi sentir a casa iluminada mesmo tendo todas as luzes apagadas.
Foi beijar o rosto no espelho sem se preocupar se alguma nova ruga ou fio de cabelo branco insistiam em abanar e chamar a atenção dizendo: olha! estou aqui! o tempo passou…
Mas é claro que o tempo passou e ante a minima possibilidade de que o panico se espalhe ja levanto os braços e grito:
Sim, o tempo passou e o melhor é agora.
Nao interessa se os meus labios secos e rachados do frio cinzento vao arder.
Nao interessa se os dias chuvosos virão de novo e se a noite nao poderei enroscar minhas pernas nas tuas.
Passou. Passado. Ficou la atras.
Porque se olho hoje, nao é pra frente mas pra cima.
Olho, oro e agradeço.
Eu consegui chegar aqui com minhas próprias pernas, mesmo de joelhos esfolados, maos tortas, dedos sem mais anéis.
Eu consegui.
Eu respiro profundamente e sinto que meus pulmões se renovam.
Sinto que a paisagem em frete me liberta.
Sinto e sei que agora é pra valer.
O valor de toda uma vida.

vendredi 7 février 2014

As chaves…

Os olhos dela já nao encontram mais os dele.
Para isso é preciso que ela se deite e feche os seus.
Ela pede em prece que em sonhos voe
e que voando possa chegar pelo menos próxima a sua sombra.
Ele nao emite mais sinais vitais.
Ele finque ignorar as perguntas diretas que ela atira ao vento.
Erra o alvo e parte pro lado oposto.
Os anos passam e ele nao passa nunca
pela mesma calçada em que ela sempre lhe espera.
Quando visita os bancos das igrejas e neles procura algum indicio de que ele la esteve,
volta sempre com maos e esperanças vazias.
Ela fragiliza o verbo quando toca em seu nome.
E em seu olhar, nota-se o vazio da incompreensão.
Os riscos do tempo em seu rosto
e as marcas passadas em sua pele sao as ultimas testemunhas
dos caminhos tortuosos que ela percorreu a procura dele.
Visitando terras distantes em portos abandonados, mares gelados, ventos uivantes.
Ela gritou seu nome e o eco respondeu um milhão de vezes
que os fragmentos dele la nao estavam.
Ela mergulhou no silencio das noites trovosas e frias
esperando com isso que o nome dele surgisse no clarão dos raios.
Nada.
E esse nada veio se aproximando e de mansinho
entrou pela ponta dos seus dedos longos, percorrendo as veias dos pulsos, subindo pelos braços finos, passando por seus ombros pesados e dali descendo para o que um dia nomeou-se coração.
Esse músculo agora inerte jaz nesse peito que ela nem lembra ter.
Ela subiu escadas e orou em templos.
Ela baixou os olhos e sussurrou seu nome
pensando que depois de tantos gritos, isso talvez fosse o caminho pra te-lo de volta.
Ele guarda o silencio nos lábios e também nos olhos.
Olhos esses que ha muito tempo ela deixou de encontrar.
Ela seca a lagrima discreta no canto do olho esquerdo.
o nariz levemente entupido, um resfriado de espirito.
Um espirito resfriado pela silencio dele.
Onde mais poderia ela procura-lo?
Os sapatos nao seguram mais os pés.
As pernas infinitamente longas rodopiam e se batem contra o tempo e o espaço.
Onde?
o vazio é o caminho percorrido
O nada é que segura hoje as suas maos.
Ela ainda tentou penetrar seu pequeno universo na esperança de la descobri-lo.
Ele?
Ele cobre os ouvidos
Ele esconde o choro
Ele desiste de quere-la.
Ele sempre soube e mesmo negando nao conseguiu esquecer.
Ele foi ele era ele é
um amor que enfrentou tantas vidas nao deveria morrer agora.
Mas parte solitario
Vai sem olhar pra tras.
Ela fica em pé em frente a porta
segura
as chaves dele
no rosto um ultimo beijo
no peito o gelo polar.