samedi 23 janvier 2016



As grades das gaiolas não me seguram pois o vento me chama la fora.
voo, voo longe e raso
Profundo no fundo do meu ser.
Longe de ti mais uma vez
Distancia sem volta
mas se na volta ainda te encontrar por aqui
Hei de beijar-te os labios unidos.
Fui de novo na esperança sempre acessa de voltar.
Partidas são necesarias pois a solidão é feita disso.
Em meus portos irei retornar.
Em teus olhos voltarei a mergulhar profundamente.
Salvarei meus dias nas lembranças doces das nossas tardes de verão.
Do ar molhado no nosso corpo
da seiva suave escorrendo da tua boca
da vontade de repetir sempre e sempre.
Eu viajarei por todos os mares e procurarei em cada rochedo algum pedaço do meu coração
Sorrirei cada vez que encontrar um passarinho nos galhos secos das arvores, sinal de esperança de volta.
Desenharei teu nome em cada calçada utilizando um pedaço de giz
e ainda assim se a chuva venha apagar meus escritos
que importa se o mais precioso bem esta dentro de mim.
Teu nome gravado no meu peito.
Voo, voo, vou longe
mas volto.
Sera que voce ainda ira me esperar?
Sera que vai lembrar ?
O pior engano é se auto-enganar.
Disso nao vou morrer.


mardi 5 janvier 2016

Forno

Esse calor vem chegando como tempestade
me queima, me arde
Lava minh'alma repleta de saudades.

Esse querer sem poder ver

Vontade abafada num suspiro
Um copo de agua morna
como meu sorriso de fim de tarde
sem tuas mensagens.

Então na cama enorme e vazia

lençóis brancos pastosos
ainda espero sentir teu cheiro
penetrar meus sonhos

Olhos fechados pro teu desejo

Minha vontade ferve
meus pensamentos atravessam as paredes do quarto,
seguem pelas ruas desertas desse verão escaldante
derrapam pelas curvas da tua carne
encontro as escuras
as vestes desnudas
as tuas
as minhas
as nossas tardes
as nossas partes

O pensamento continua viajando e vai mais longe

naqueles momentos longincuos
dois corpos que se perdiam em um mesmo desejo
não se conseguiria saber quem mais queria estar tao perto
ao ponto de adentrar a alma do outro.

Eu fui, eu vi, eu senti

Desejei em sonhos e com eles te chamei
te tive como imaginei
nessa mesma cama agora molhada
não mais do teu suor.

Vejo os dias passarem pela minha janela

os pássaros nos telhados
as arvores se envergarem
e meu sopro grita por ti

Olho pra  esquina de casa  e pros carros que passam sem parar no sinal.

Eu vejo sinais de fumaça
em cada mexa dos teus cabelos
em cada pinta do teu corpo
eu vejo
eu sinto
te desejo
mais dentro do que fora
agora
bate na minha porta
tira a camisa e
entra
nao pensa
apenas faz aquilo
pra que somos feitos
dessa matéria dura
umida
suave
fricção tao gentil e tao profunda
meus cabelos nos teus dedos
minhas mãos nas tuas coxa
me enrosco
me mordo
me contorço
e sinto
dentro de mim
o que nunca deveria ter partido.
Fica agora
por que esse momento é pra sempre.